19 December 2010

Macro Moscas

From TEstes Macros
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Se tem uma coisa que eu sempre achei legal nas publicações de pesca com mosca, são as fotografias em macro. Desde que comecei no atado e sempre que possível também fotografava as moscas, a bagunça toda que eu geralmente faço quando estou atando e tudo mais.

Porém, foram muito poucos bons resultados empregando uma objetiva zoom 18-70mm. Fora os streamers, e moscas maiores, que até me renderam algumas boas fotos, nunca tinha conseguido fotografar, uma mosquinha seca no detalhe.

Recentemente, enquanto fazia uns rolos (troca de equipamentos e bugigangas no geral) com alguns camaradas, surgiu a oportunidade de pegar uma objetiva macro de 60mm, a qual penso que seria ideal para tirar fotos das mosquinhas menores. Depois de uma intensa negociação (hehehe sabe como é hehehe !!) Foram-se os últimos molinetes e varas de spincast e finalmente, peguei a objetiva de 60mm.

Como tudo na vida, exige prática, a tal da macro fotografia é uma arte por si só. O foco é complicado, a iluminação é chata de ser acertada, e o manuseio do equipamento é "dureza". Mas enfim, assim como aprender a "castear", tem seus pontos complicados, mas conforme vamos evoluindo a coisa toda fica muito mais divertida !

Segue abaixo, um slide show do que considero meus primeiros resultados aceitáveis com o equipamento ! Espero que curtam... Criticas e sugestões são sempre bem vindas !



21 November 2010

Coisas que andam juntas


Tem coisas que andam juntas, complementa-se de certa maneira. O exemplo mais óbvio é a pesca com mosca e o atado de moscas. Depois de um tempo dentro de ambas as atividades, é difícil pensar meramente em pescar sem pensar também em atar umas mosquinhas para a pescaria.

E muitas outras atividades complementam a pesca com mosca, sejam estas praticadas com mais afinco, ou apenas como consequência da pesca. Pessoalmente, a fotografia de paisagens naturais é uma dessas atividades que entram em uma relação de "simbiose" plena com o Fly.

Eu sempre gostei muito de fotografia, mesmo muito antes de pescar com mosca, já fazia fotografias em preto e branco, sépia e até em cores (hehe) com uma antiga e surrada máquina reflex da marca PRATIKA. (que na realidade, de prática só tinha o nome). Durante alguns anos, participei de caminhadas, trekkings, passeios de 4x4, como oportunidade de fotografar.

Agora, a foto pela foto, nunca me satisfez. Acredito que cada imagem capturada tem a obrigação de contar uma história. E se tem uma coisa que sobra no mundo da pesca esportiva no geral é história ! Afinal, todo pescador que se preze é também um contador de histórias (mentiras a parte heim !)... A relação de fotografia com pescaria me é tão forte, que não consigo sair em uma viagem de pesca sem levar ao menos a digital portátil.

Recentemente, fiz um "upgrade" no meu material fotográfico, e desde então tenho dedicado algum tempo em aprender a usá-lo corretamente, pois em minha próxima aventura quero estar proeficiente na nova máquina, para quem sabe, fazer umas fotos tão bacanas quanto aquelas que estampam as páginas da catch Magazine.

Abaixo, as primeiras experiências com o novo equipamento...
From Atado


From Atado

14 November 2010

A Última catch magazine !


Galera !!

A última edição da catch magazine está o show de imagens de sempre, é até chover no molhado. Agora, o show mesmo fica por conta de um curta intitulado : Stealhead Dreams Part I. O filminho é show ! Para quem sonha com férias no meio de rios gelados, paisagens de montanha, essa produção deixa o sujeito com água na boca.

Não deixem de ver !!

31 October 2010




Pescar atualmente é um sonho. Ou talvez, apenas em sonho, pois na vida "vivida" anda meio complicada.

Eu esperava conseguir fazer mais pescarias de setembro em diante, porém, não teve jeito, quando não era uma coisa, era outra... Mas predominantemente diria que essas mudança de clima malucas que andam acontecendo aqui na região. Dias de calor intenso precedidos por pancadas de chuva e noites frias.

Logo, tenho atado pouco, diria que o suficiente para não perder a "mão", semana passada fiz algumas formiguinhas pretas, para quem sabe tentar uns lambaris semana que vem.

Atualmente tenho pensado em aprender uns atados diferentes, iscas como hair bugs, que apesar de já ter tentado atar diversas vezes, nunca acertei a mão de fato, ou ainda as Salmon flies no esquema "Full Dressing", que de fato não são para pescar, mas apenas para adimirar (caso não mereçam a gilete), ao menos atando, a gente não esquece o quão rico é o esporte...

12 September 2010

Está recomeçando...




Depois de quase três meses de tempo ruim, finalmente fomos brindados com um bom fim de semana de sol, um vento meio frio ainda, mas como diz a sabedoria coletiva dos pescadores esportivos : "Só Pegue quem vai !". Então eu fui !

O lago principal da Fazenda Kiri está ainda muito sujo, e com a água relativamente fria, o que inibiu bastante a ação dos Black Basses que estavam bem no fundo do lago. Neim mesmo as tradicionais Wolly buggers pretas "magrelas" despertaram a curiosidade dos Blacks.

Curiosamente, as tilápias estava muito ativas, especialmente nas regiões do lago grande onde formam-se as grandes sombras, perto da Ilhota. Neste local, pude observar um comportamento bem interessante das tilápias.

Quando pequenos, pulgões, mosquinhas minúsculas e etc... caim na água, uma meia dúzia de tilápias pequenas subiam de maneira muito desconfiada e não atacavam os insetos "de primeira" rodeavam suas vítimas por alguns segundos e só depois e muito lentamente as atacavam.

Eu não estava "armado" para fazer uma tentativa mais séria de tentar fisgar uma dessas tilápias caçadoras de pulgões, mas mesmo assim, resolvi fazer uma tentativa com umas poucas moscas secas grandes que estavam na minha caixa de moscas que sempre uso para pescar Blacks.

A experiência, não foi das mais produtivas, as tilápias "fugiam" da minha mosca assim que esta tocava á superfície do lago. Porém, fiquei instigado... Talvez na próxima ida até a Fazenda Kiri, levar um caniço mais brando, uma linha menos agressiva (eu estava usando uma linha WFF bem agressiva, quase uma bass bug) e principalmente, umas mosquinhas secas bem pequenas, talvez umas parachutes, umas caddis CDC em anzol 18, ou mesmo 20. Daí penso em ter uma chance mais efetiva com essas tilápias caçadoras...

22 August 2010

Bêbado de PP



Depois de muito tempo sem pescar, e com o clima finalmente dando uma trégua aqui pela região, finalmente marcamos uma pescaria esquema "Fast-Food", ou seja uma manhã pescando lambaris num grande e conhecido pesqueiro da região de Sorocaba-Itú-Campinas.

Talvez, por fazer muito tempo que eu não ia em um pesqueiro tão grande e popular (popular no sentido de conhecido, famoso) eu tinha me esquecido o quão ruim é a experiência de tentar pescar esportivamente perto de um bando de sujeitos bêbados, sem educação e especialmente sem noção.

Você lá com suas mosquinhas, mandando uns casts curtos na bambuzinha, garimpando uns lambaris, que por sinal nesse PP são bem criados, e aquele bando de maloqueiros fazendo aquela gritaria digna de primatas mesmo. Eu realmente não compreendo, sujeito quer beber, fazer putaria, tirar a roupa e pular no lago, vai na zona (zona=puteiro/bordel), por que ir no pesqueiro ?

Agora o interessante mesmo, é a resposta da administração do local quando você vai reclamar do comportamento daquela meia dúzia de patetas que estavam ali não para pescar, e sim para encomodar : "Eles estão pagando igual você, não posso fazer nada", abaixa a cabeça e sai atender outro cliente que vai reclamar...

Bom, guardamos as tralhas, tomamos uma coca-cola, pagamos a conta, e saímos. Eu confesso que não volto mais lá ! Ao menos não em finais de semana. Minha vontade mesmo era nunca mais voltar, mas como temos poucas opções de pescaria "natural" aqui na região e como "nunca mais" é muito tempo, não quero arriscar queimar a língua...

E ainda fico pensando : É em função dessa meia dúzia de maloqueiros que o pescador esportivo, muitas vezes, é mal visto pelo resto da sociedade...

15 August 2010

Uma época complicada.


Ultimamente, a coisa (ou seja a vida) anda complicada por aqui. Ultimamente as condições de pesca aqui na minha região estão um tanto adversas. Estamos no meio de Agosto e honestamente o frio que está fazendo me lembra fim de temporada na Patagônia. O que, como bom pescador de trutas que sou (ou ao menos me considero hehehe) me dá ainda mais vontade de ir pescar. Mas é aí que mora a complexidade toda da coisa... Ir pescar aonde ?

Aqui na região de Sorocaba SP, contamos com pouquíssimos rios "pescáveis", uma boa quantidade de Pesque e Pagues, um ou outro lago público, e é mais ou menos isso mesmo. Agora, nos poucos rios pescáveis aqui da região, a água está congelante, nos PP's, mesmo os que contam com espécies mais adaptadas ao frio, ou o estabelecimento está fechado, ou tem tanta gente pescando que você até, por uma questão de bom senso, desiste de pescar...

Ainda bem que existe o atado ! Nada como atar uma mosquinha que você nunca atou em um dia de frio, que você tem absoluta certeza que seria uma perda de tempo fenomenal ter ido esticar a linha em qualquer lugar que seja. O atado parece que sai até melhor, mais calmo, acompanhado de um mate, café, vinho ou cachaça mesmo hehehe...

Tenho atado algumas mosquinhas para pescar lambaris, pois tenho fé que quando a temperatura subir uns poucos graus, uma pescariazinha de poucas horas num meio de tarde vai ser o "engate" ideal para as pescarias do segundo semestre aqui na região, que começam a melhorar do meio de setembro para frente.

25 July 2010

O que não se coloca em palavras - Parte 1


Talvez a sensação que ninguém espera ter na pesca com mosca é uma daquelas que não é causada por um peixão na ponta da linha ou ainda por visualizar uma truta subindo em uma mosca seca feita por você, e sim, em um instante capturar a sensação de paz e harmonia que só a natureza nos proporciona. Um pequeno momento de quietude onde todo o resto do mundo desaparece, deixando apenas a respiração, o vento soprando, o barulho do rio passando e aquela incrível sensação de relaxamento inigualável que atua como um antídoto contra todas as bobagens da vida moderna em sociedade.

Só quem vai para a natureza sabe do que estou falando, é impossível registrar o que se sente, talvez o máximo que nós, na tentativa de convencer outros dos "porquês" de se ir a natureza defrutar da pesca esportiva, é tirar algumas fotos, talvez escrever algumas palavras em algum canto, uma filmagem quem sabe. É importante contudo, lembrar que nenhum desses artefatos vai transmitir a sensação de como foi viver tudo aquilo.

Para mim, algumas fotos obtidas ao longo de diversas pescarias que fiz desde que comecei na pesca com mosca, são muito representativas destes momentos. Abaixo listo algumas delas, não por que são bonitas, ou ainda por que foram tiradas alí ou acolá mas sim por que foram mais tentavias de se registar "O" que não pode ser registrado.

Regressando - Patagonia 2009

Confluências - Patagonia 2010

Entardecer no Malleo - Patagonia 2009

Ponte no Chimehuin - Patagonia 2009

Cruzando o Rio Patagonia 2008

Entardecer Em Ausentes - 2006

Rio silveira : à primeira vista (2005)

Entardecer em Ausentes -2005

11 July 2010

Programa Eco Aventura Nro 3 - Fly na Telinha

A primeira vez que vi alguém pescar de fly, foi pela TV, +/- em 1991, no então programa do Rubinho de Almeida Prado o Pesca e Cia, que na época ia ao ar as 6:30 da manhã se não me engano.

Naquela época eu mal pescava. ia umas duas ou três vezes ao ano num pesqueiro "meia boca" aqui de Sorocaba, e durante as férias de final de ano eu e meu irmão pescávamos na praia, usando umas varas shimano, uns molinetes PAOLI verde, usando vela de carro como chumbada e pernadas de 3 a 5 anzóis encastoados. Enfim, era divertido.

O ponto é que depois que começamos a assistir o programa do Rubinho, a visão sobre a pesca esportiva mudou. Passamos (eu e minha familia no geral) a ver a pescaria como pura diversão, e não como um método de "capturar a janta". O programa também nos fez começar a sonhar com viagens a lugares exóticos e naturais, com paisagens naturais e exuberantes e claro, com pescarias cheias de ação e aventura.

E hoje, quase que vinte anos depois, é muito legal ver o programa Eco Aventura no ar, e em especial na internet, trazendo o Rubinho novamente as telas, mostrando novas pescarias, novos lugares, e principalmente mostrando os conceitos de cada modalidade, passando informações e principalmente a emoção da pesca.

O terceiro episódio do programa foi 100% dedicado há pesca com mosca e o emprego da técnica na pesca de Dourados. Para nossa felicidade, o programa foi disponibilizado no YouTube em três blocos. Vale lembrar que também é possível subscrever ao canal ecoaventura00 de maneira a conseguir os demais episódios e informações sobre futuros programas.

Bom, Abaixo seguem os três vídeos do programa Eco Aventura Número 3 : Dourados no Fly ! Nossos sinceros parabéns a todo time do programa Eco Aventura, e fazemos votos de muito sucesso nessa nova empreitada ! E claro, fica também registrado nosso desejo de ver ainda mais aventuras de pesca com mosca na telinha !







04 July 2010

Ep Flies



Já fazem alguns anos que eu comecei a utilizar as fibras EP em meus Streamers. Fibra sintética desenvolvida pelo Emilio Puglisi (daí EP), especialmente para situações de pesca em água salgada. Com o passar do tempo porém este material fácil de encontrar em qualquer lugar do mundo, e em especial aqui no Brasil, vem se mostrando muito versátil, com diversas aplicações que vão muito além da pesca em água salgada.

A primeira pergunta que vem a cabeça quando você tem em mãos pela primeira vez um pacote de EP fibers na mão é : "Como é que eu uso isso ?!", e a pergunta torna-se absolutamente inquietante quando você um streamerzinho já finalizado em EP. "Como é que esse treco virou esse peixinho ?". E o mistério só piora (ou melhora) depois que você testa um streamerzinho de EP e vê o quão legal é o movimento que este desenvolve na água.

Comigo não foi diferente, comprei um pacote de EP verde, o qual ficou um tempão no fundo da caixa de atado. Até que um dia o Thiago (Fly Shop Brasil) colocou no blog um pequeno slide show mostrando as técnicas básicas de se atar em EP. Foi o ponta pé inicial do EP nos meus atados. Agora o legal mesmo foi pegar um black, e diga-se de passagem, o maio black que peguei até hoje, com um "monstrinho" feito com uns fios de brilho e o tal do EP verde. Não parei mais, comprei mais algumas cores e segui atando, e experimentando com o material.

O grande lance de se atar com EP é a facilidade que o material proporciona em construir iscas boas em pouco tempo, aliado a uma diversidade muito grande de cores e variações da fibra (em termos de espessura, brilho e comprimento) que habilitam ao atador criar, ou imitar, com certa perfeição peixinhos, carangueijos, camarões, insetos, scuds e o que mais a imaginação quiser.

Claro que como tudo, é necessário aprender as técnicas básicas que o material demanda. No caso do EP nada complexo, mas que fazem toda diferança durante o atado. A primeira e mais básica é como manusear o material. Aprender a segurar o EP "sem bagunça" economiza tempo e material.

Em uma das sessões de atado que fizemos na Fly&Cia, o amigo atador Fábio Matos, nos ensinou a separar um pacote de EP em até quatro porções menores usando fitas herlermans para prender o material. Essa dica é ótima pois facilita "barbaridade" o manuseio do material.

Outra sacada, também ensinada pacientemente pelo Matos, é separar as porções de material que vão ser utilizadas, num streamer por exemplo, e assegura-las numa fita de velcro, tornando então o processo de construção da isca mais dinâmico.

No conjunto da obra, vale muito a pena conhecer os materiais EP bem como as técnicas de atado empregadas nos mesmos. O site da empresa, tem muitas dicas e o catálogo completo de cores e variação. Claro que os Fly shops brasileiros também disponibilizam os materiais.

13 June 2010

Histórias de um Pescador


Logo que fiquei sabendo do novo livro do Paulo Cesar, e por intermédio do colega pescador Kensuke Matsumoto, entrei em contato com a editora Outrasletras e consegui comprar a obra na semana de seu lançamento. Fiquei ainda muito feliz, pois o Paulo Cesar foi muito generoso e não apenas autografou meu exemplar, como também escreveu uma dedicatória muito divertida !

Desde que o livro chegou em em minhas mãos penso em escrever sobre ele, porém, depois de ler as duas ou três primeiras histórias, resolvi que só publicaria algo quando terminasse de ler toda a obra.

A obra é tão boa quanto aquele dia perfeito de pesca, que você simplesmente não quer que chegue ao fim. Cada um dos 21 "relatos", conta com uma narrativa empolgante, divertida e muito gostosa de ler. É inclusive complicado de afirmar que existe um relato melhor que o outro, na minha opnião são todos excelentes !

De todos os relatos, três me chamaram mais a atenção : "La Boca", "Uma aventura no Alaska" e "Pescando no Escuro". O primeiro narra uma pescaria na Boca do Chimehuin, nos tempos áureos de Junin, quando a hosteria chimehuin, na temporada de pesca, se transformava no epicentro da pesca com mosca. O segundo, como o próprio nome ja diz, narra uma divertida aventura no Alaska, atráz dos salmões e sempre com aquela preocupação com ursos ! "Pescando no escuro", narra uma pescaria de robalos a noite no estado americano da Flórida.

Mais importante porém, é a lição que o livro mostra como o autor teve sua conciência preservasionista despertada ao longo de sua trajetoria, constatando ocularmente a depredação de rios ("A morte de um rio" - Pag. 60) e a importância de se conservar os ambientes naturais do planeta. Penso que obras como esta, tem o poder de, ao longo dos anos, despertar nas novas gerações a curiosidade e o prazer da pesca esportiva e do convívio com a natureza.

30 May 2010

A Hora da pesca.



É verdade que quanto mais tempo se passa pescando e explorando rios e lagos, mais se aprende sobre a pesca. Muitas vezes aprendemos pequenas verdades que inclusive contrariam os paradigmas da atividade. As vezes essa experiência é tão contrária ao paradigma geral, que fica até complicado de comentar com outros colegas sobre o novo aprendizado.

Recentemente estive recordando, atravéz de fotos, algumas pescarias, em que pude constatar uma verdade máxima sendo contráriada um punhado de vezes.

No caso, o paradígma que me refiro é : Pescador que é Pescador, estica a linha (com peixe na ponta) antes do sol nascer.

Eu passei a desconfiar que neim sempre essa verdade aí de pescador é sinônimo de madrugador, durante o feriado de Corpus Christi de 2006 em Ausentes. Na ocasião, feriado prolongado, o rio Silveira, tinha seus poços e corredeiras disputadas por mosqueiros de todos os cantos do Brasil. Eu e alguns outros companheiros resolvemos então honrar a tradição de levantar cedo e esticar a linha mesmo antes de conseguir ver as moscas na água.

Resultado ? Nenhum peixe fisgado antes das dez horas da manhã ! Fora o frio e o cansaço que nos abatia nas últimas horas de pesca do período da manhã, que naquela ocasião eram os melhores momentos para se sacar uma truta gaudéria.

O mesmo se sucedeu este ano no lago Strobel (Calafate, Patagônia Argentina), Na primeira manhã de pesca, aquela ansiedade toda do primeiro dia de pesca completo, todo mundo de pé muito cedo já de wader, com mosca atada na ponta do tippet. Bem antes das nove da manhã já estávamos fazendo os primeiros casts as margens do lago. Resultado ? Nenhuma truta fisgada até perto das onze horas.

E eu tenho muitos outros exemplos deste comportamento. Não apenas com trutas, mas também com tilápias, black bass e etc... Claro que tudo depende. Depende da espécie, da época do ano, do clima, da maré, da pressão atmosférica e de mais um monte de fatores.

Na minha opnião, bem simplista admito, cada espécie tem seu momento, para começar a responder aos estímulo s de nossos arseneais de moscas e técnicas. Descobrir estes "momentos" de pesca é como um "Abre de Sézamo" que pode te levar da condição de "dedão" (zerado) a de "lavar a égua" (a melhor pescaria de todos os tempos).

As vezes compensa mesmo, especialmente em dias frios, dormir até o sol se levantar, e só depois esticar a linha...

(As vezes não...)

21 May 2010

Arte Mosqueira


A pesca com mosca é uma atividade, que cresce aos poucos na vida das pessoas. Começa lentamente através do cast, das pescarias, depois o atado, e de acordo com o tempo e a dedicação e principalmente com o talento de cada mosqueiro, o que era apenas mais um métido de pescar toma proporções artísticas.

Não é raro, ao buscar informações na web, você se deparar com obras como estátuas, pinturas, desenhos, gravuras, músicas e claro, muitas moscas atadas muito mais pela beleza do que necessariamente para pescar.

Recentemente o amigo e parceiro de pescarias na Kiri, Marco Aurélio, que tatua profissionalmente há sete anos, finalizou sua primeira pintura em acrílico a qual tem por tema uma grande truta marron. Muito de seu trabalho pode ser visto online em seu site

O Marco pegou gosto rápido pela pesca com mosca, a qual vem práticando há menos de um ano. Também se desenvolveu bem no atado, em especial com EVA, material com o qual ele inventou um novo esquema de atar bugs, poppers e rações, os quais eu achei muito eficiente de se pescar e bem legal de atar.

Bom, sem mais delongas, segue uma pequena amostra da arte do Marco ! Aproveitem !








02 May 2010

Dia do Trabalho não, dia do Atado !


No fim de tarde, já depois de termos pescado blacks o dia todo, Eu (Zagat0), Cacosa, Ney, Alexander, Marco MT, Willian, deixamos meio combinado de fazer uma tarde de atado "assim que fosse possível para todos".

Durante a semana que passou, a galera toda foi se acertando trocando uns emails, vendo locais, quem poderia ir, quem não poderia e o "Dia de atado" foi tomando corpo. Até que mais para o fim da última semana abril, fechamos o dia. Primeiro de maio, dia do trabalho, nos reuniríamos na Fly&Cia, para comer uma parmegiana no restaurante ao lado, e a posteriori, aqueles que estivessem em condições atariam, umas moscas !

E assim foi ! Todo mundo tirou dúvidas com todo mundo, aprendeu e ensinou técnicas de atado, de selecionar material, e claro muita risada !

Milani, Cacosa, Ney, Alexander, Matos


Casosa Atando & Ensinando um Parachute Adams


A mesa de atado


01 May 2010

Notas Rápidas !

Hoje, primeiro de Maio de dois mil e dez, saiu a nova edição da fantástica Catch Magazine, como sempre excepcionalmente produzida ! Imperdível para quem curte Fly e Fotografia !

Hoje a tarde, rola na fly&cia mais um encontro de atado ! Amanhã coloco o relato com fotos dos atadores e suas moscas !

18 April 2010

Lago Touro - Estancia Rio Capitan

Para a última pescaria da aventura patagônica de 2010, nos aguardava o lago Toro. O plano geral era pescar até as 16hs, voltar a estância para trocar de roupa, entrar nos jipes e seguir para Calafate.

Eu estava quase trocando a pescaria no lago, por mais uma empreitada no rio Capitan, porém o guia me convenceu que o lago era totalmente distinto, e ofereceia muitas oportunidades de pesca com moscas secas grandes (stimulators, chernobils, dragons e etc) além de muito mais oportunidades com ninfas, scuds pequenos e etc... Ainda bem que eu aceitei a sugestão ! Só o cenário que nos aguardava depois dos 40 minutos de trilha sinuosa é meio difícil de por em palavras.

Visual na Estrada

A Chegada !

Entre os Elevados...

Depois de montar o material, e atravessar um pequeno córrego de montanha, chegamos as margens do lago Toro. De águas absolutamente limpas, absolutamente transparentes, cheio de estruturas submersas e de margens muito firmes, o lago Toro é quase que a materialização do sonho da pescaria perfeita.

Como ventava, não tão frio quanto o dia anterior, não tão forte quanto no Strobel, resolvi começar com uma ninfa, se não me falha a memória, uma montana preta e vermelha, levemente lastreada. Comecei então minha pescaria procurando colocar a mosca alguns metros a frente do "drop off" e lentamente vinha trabalhando ela.

Não mais que meia dúzia de lançamentos foram necessários para engatar minha primeira "Trutcha Touro". E foi um daqueles engates "no estilo", muito próximo de mim (já via o leader perto da ponta da vara), com uma tomada de linha rápida para o fundo do lago. Eu não tinha conseguido ver a truta. Não sabia que tamanho era, mas em função da corrida e da força que ela empunha, pensei que meu oponente tinha seus 5 ou 6 kilos. Depois de uns bons 10 minutos de briga, minha primeira "Trutcha Touro" está no Net. Para meu espanto, não era tão grande não, tinha seus 2 quilos no máximo.

"Trutcha Touro"

E o lago Touro é de fato uma festa, e a pescaria que realizamos durante toda a manhã comprovou que a festa, como diria o tremendão, era de arromba ! Alguns poucos lançamentos e você já estava com peixe na ponta da linha. Quando resolvi trocar a montana por uma scud amarelada, só para ver o que acontecia, os resultados foram ainda melhores. Trutas entre 1 e 2 quilos, todas muito fortes, brigavam muito !



Não sei se é um fenômeno ou algo corriqueiro, mas certamente um privilégio, quando o sol de meio dia, finalmente nos brindou com mais claridade e principalmente elevou um pouco a temperatura e o vento milagrosamente deu uma pausa, tive a certeza de que chovia debaixo para cima. As "Truchas Touro", subiam meteóricamente a superfície para "almoçar" as caddis diminutas, ou ainda mais a cerca das margens o verdadeiro exército de formigas marrons que curiosamente se atiravam na água. Eram tantas as trutas subindo, e em toda a extensão do lago que era difícil controlar a ansiedade e realizar um bom cast ! Em resumo, pescamos muito bem com secas, tirei poucas fotos, pois queria aproveitar o fenômeno, afinal de contas, quem me garante que vou ter novamente o privilégio de pescar numa verdadeira tempestade de trutas !


Foto rápida para voltar a pescar...


Foram pouco mais de duas horas de pesca na superfície, que foram interrompidas pelo vento que voltou a soprar deixando na saudade aquele par de horas mágico no Lago Toro. Talvez a melhor pescaria com moscas secas que tive até hoje. Na esperança que teríamos outra chance de pescar mais sem vento, paramos para comer um bife de arado, tomar um vinho, tomar um mate para esquentar conversar um pouco e claro, apreciar a paisagem.

Bife no disco de Arado, nota 10 !

O céu no meio dia


Depois do almoço, a pescaria seguiu como de manhã, um vento "tipicamente patagônico", seguimos pescando por mais umas três horas, até que o vento resolveu mostrar que quem manda ali é ele. Resolvemos então encerrar a pescaria, pois tinhamos pela frente aproximadamente 6 horas de estrada até calafate e o frio e o desconforto do vento forte já não justificavam a pescaria.

Enquanto nos preparávamos para deixar o lago Toro, o comentário era um só : "Temos que voltar aqui", além de "Nossa ! Como Brigam essas trutas !". Em uma palavra, o lago Toro foi "Memorável"




11 April 2010

Estância Rio Capitan

A "rampa" para sair do Trophy Rainbow


Depois de três dias de pescaria no lago Strobel, pegamos a trilha em direção a estância Rio Capitan. Seriam mais duas horas e meia pelas mesmas trilhas que nos levaram ao Strobel, mais uma hora em estrada de terra até chegarmos na estância.

A viagem foi mais uma aventura, muitas subidas íngremes, novamente transpusemos um braço de rio, que por si só já é uma tremenda de uma aventura. O caminho todo até a estância foi bem tranquilo, divertido, e com muita conversa boa !

Travessia - 100% Aventura

Eu estava particularmente ancioso para começar a pescar no rio Capitan, pois a promessa era de uma tarde pescando pelo rio Capitan, e no dia seguinta um período todo de pesca na laguna toro. Minha ansiedade se dava ao fato de que o rio Capitan é de fato arroyo bem estreito, em que se pesca bem com mosca seca e ninfas pequenas. Já a laguna Toro, seria ideal para se pescar com moscas secas grandes, e pequenos scuds.

Logo que cruzamos o rio Capitan, já entrando na estância, foi claro que seria uma pescaria "no estilo", material leve, mosquinha pequena, e tudo mais. A anseidade aumenta, começa a correr aquela adrenalina, e mesmo sabendo que você está a 10 minutos do lugar, você só quer saber de chegar e começar a pescar !

Enquanto descarregávamos as malas, e arrumávamos tudo, a filhinha da Senhora da estância, a Lola, resolveu nos mostrar as trutas que passavam num pequeno braço do rio Capitan que separava a "pousada" do resto da propriedade. Pegou alguns pedaços de carne seca de guanaco, e atirou no riozinho, levantando uma grande quantidade de trutinhas e trutonas também, que prontamente devoraram o aperitivo.

A Lola, Além de brincar com as trutas curte um balanço (literalmente)

Depois de um rápido lanche, o famoso choripan, armamos a tralha toda, e seguimos para as margens do rio Capitan para começar a pescaria.

"Lanchinho da tarde"

Preparando a tralha

O rio Capitan, como já mencionei, é um arroyo, estreito, com bons poções, água transparente, e com muita truta ! Quase perfeito ! Agora, a surpresa e o desafio todo de se pescar neste riozinho, se deu por conta da força de sua corredeira. Muito forte, muito rápida e ainda somada ao vento, transformou o que seria uma pescaria calma, em uma pescaria técnica e de certa forma radical.

Rio Capitan, No estilo mas com velocidade

Eu mudei de estratégia logo depois dos dois primeiros casts, troquei o fly line de apresentação delicada (eu não lembro o tipo exato, mas é daquelas Dry Clear tip, bem delicados) por um mais agressivo, o Rio Grand da Rio. Essa mudança ajudou muito na colocação das moscas.

As trutas do rio capitan, apesar de ariscas, são muito estudiosas, e leram todos os livros sobre como se comportar, e fazem tudo certinho... comem atráz das pedras, ficam no final dos "Feeding lines", desconfiam das moscas secas e tudo mais. Ou seja, exigem de nós pescadores, uma boa atenção em cada movimento, e principalmente no comportamento perto do local de pesca.

Dando uns Pinchos nas corredeiras


Meio escondido no mato...

Pela primeira vez tive a oportunidade de pescar com "Spotter". Ou "olheiro", como queira. Você se posiciona para fazer o cast, enquanto o guia, vai à frente e de maneira muito sorrateira se aproxima do ponto onde estão as trutas e de lá, te sinaliza, aonde estão os bixos, e você tenta colocar a mosca na posição indicada. Só parece complicado, mas na realidade, é muito divertido, e rende bons resultados.


Umas trutinhas pegas na estratégia de "Spotter"

A tarde toda foi muito bacana, e rendeu diversas trutinhas de bom tamanho, que com a força da corredeira, ganham força e proporcionam muita adrenalina. Com o pôr do sol a nossa frente e o vento que agora soprava impiedosamente frio, resolvemos encerrar a pescaria e voltar para o galpão da estância tomar uma taça de vinho para dar uma boa esquentada...


Só faltou mencionar que a estância Rio Capitan, só recentemente começou a investir no turismo rural e de pesca esportiva. Sua principal atividade é a criação de ovinos... E claro, para a janta, mais um cordeiro patagônico com vinho e pãozinho de colônia !







No próximo relato, Laguna Touro...